Castelo Branco promoveu a discussão da monitorização das ilhas de calor urbano, o seu impacto na saúde pública e as estratégias de adaptação dos centros urbanos a fenómenos de calor extremo, bem como as boas práticas a adotar nas cidades, o planeamento da estrutura verde urbana, o urbanismo regenerativo e a adaptação à escassez hídrica.
O evento teve lugar no auditório do CEI - Centro de Empresas Inovadoras, em Castelo Branco, na passada sexta-feira, 28 de março.
Leopoldo Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, discursou na Sessão de Abertura, tendo destacado a recente aprovação do Plano Municipal de Ação Climática, que foi elogiado por especialistas e que pretende ajudar a fazer face à “região particularmente agreste” onde vivemos, onde “o verão é sempre muito quente e o inverno geralmente não é muito simpático”.
O Autarca falou da plantação de árvores que o Município tem feito, nomeadamente na Avenida do Empresário, da criação de espaços verdes, como o Parque Urbano da Cruz do Montalvão, que visa ser uma ilha fresca no centro da cidade, e a colocação de algumas árvores em áreas que eram apenas de calçada.
Também mencionou que as pessoas idosas são das que mais sofrem com as temperaturas, sobretudo devido à pobreza energética das construções antigas, que afeta o conforto térmico.
Leopoldo Rodrigues referiu que as escolas também estão envolvidas nas questões de adaptação às Alterações Climáticas, assim como a sociedade em geral, para que “todos, em conjunto, consigamos um planeta mais saudável, através da máxima ‘agir local para fazer a diferença a nível global’”.
Vítor Aleixo, Presidente da Adapt.Local - Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas e também Presidente da Câmara Municipal de Loulé, frisou que “o combate às alterações climáticas é muito mais difícil no território do Interior”, devido às temperaturas mais elevadas, à seca prolongada, aos incêndios sem controlo e aos solos empobrecidos.
Informou que há “imensos estudos no concelho de Loulé feitos em parceria com universidades e empresas”, ressalvando que “só a vontade não chega, é preciso conhecimento” e os jovens estudantes são fundamentais para a atualização da informação e dos processos, defendendo a importância de se investir em recursos humanos.
Através da alocação de muitos técnicos, “somos laboratórios vivos nos nossos territórios”, que procuram “respostas urgentes e adaptações para fenómenos climáticos extremos, com consequências dramáticas”.
Vítor Aleixo enumerou, ainda, vários projetos que a Autarquia de Loulé tem levado a cabo para amenizar os problemas climáticos, como a plantação de milhares de árvores, o mapeamento de todo o coberto vegetal do concelho, estando referenciadas todas as árvores dos principais pólos urbanos e que apresentam um QR code que fornece várias informações e características.
Sérgio Barroso, especialista em planeamento urbano e adaptação às alterações climáticas, do CEDRU - Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, fez uma apresentação sobre a adaptação das cidades a fenómenos de calor extremo, onde partilhou visões estratégicas para reforçar a resiliência urbana, com base em experiências nacionais e internacionais.
Na parte da manhã, houve um painel dedicado às ondas
de calor, que contou com a moderação de Gonçalo Caetano, do CEDRU, e com as intervenções de António Lopes, Professor no IGOT - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa; de Paulo Nogueira, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; e de João Mourato, Arquiteto no ICS - Instituto de Ciências Sociais.
Na parte da tarde, a discussão incidiu nas boas práticas nos centros urbanos, tendo como moderadora Ana Timóteo, da Câmara Municipal de Castelo Branco, e como participantes Rui Peixoto, Engenheiro da Câmara Municipal de Cascais; Romeu Fazenda, Engenheiro da Câmara Municipal de Castelo Branco; Alexandra Castro, Arquiteta da Câmara Municipal de Almada; e Vítor Aleixo, Presidente da Câmara Municipal de Loulé.
Fonte/Foto: CM Castelo Branco