Os Biorresíduos são resíduos biodegradáveis provenientes de jardins e parques, os resíduos alimentares e de cozinha das habitações, dos escritórios, dos restaurantes, dos grossistas, das cantinas, das unidades de catering e retalho e os resíduos similares das unidades de transformação de alimentos.
Os Biorresíduos alimentares representam cerca de 37% dos resíduos presentes no nosso caixote do lixo.
Em 2022, a quantidade de resíduos produzidos no Concelho de Castelo Branco cifrou-se em 24 268 toneladas, das quais 20 663 toneladas correspondem a resíduos indiferenciados (85%) e 3 605 toneladas são provenientes de recolha seletiva (representando 15% de reciclagem). Em média, cada habitante produziu cerca de 462 kg resíduos urbanos por ano, dos quais 171 kg estima-se que sejam resíduos alimentares.
Os Biorresíduos, sendo resíduos biodegradáveis, podem e devem ser reciclados e valorizados através de processos e técnicas dos quais resultam produtos com valor acrescentado, como sejam o biogás (para produção de energia) e o composto (fertilizante e estruturante para a agricultura), contribuindo e valorizando a economia circular.
Neste sentido, o Município de Castelo Branco define as melhores estratégias para a gestão dos resíduos urbanos com vista ao cumprimento das metas e objetivos estabelecidos a nível nacional e comunitário e que visem assegurar a proteção do ambiente e da saúde humana.
A estratégia de recolha seletiva de Biorresíduos no Concelho de Castelo Branco concretiza-se, por um lado, com a separação e reciclagem na origem através de compostagem doméstica ou comunitária, e, por outro, com a recolha seletiva e posterior transporte para instalações de reciclagem, designadamente de compostagem e digestão anaeróbia.
Numa primeira fase arrancará o projeto RecolhaBio, financiado pelo Fundo Ambiental na vertente “Resíduos e economia circular”, cujo processo de candidaturas, que decorreu em 2022, foi coordenado pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, tendo o Município de Castelo Branco um valor aprovado de 147 846,32 €.
Este projeto inclui,
- a recolha seletiva de resíduos alimentares, Porta a Porta (PaP) em 150 grandes produtores (restaurantes, cantinas, mercados) na Cidade de Castelo Branco e vila de Alcains
- a separação e reciclagem na origem através de compostagem comunitária a implementar nas freguesias do concelho
- monitorização do desempenho da recolha através de ferramentas informáticas
- campanhas e ações de sensibilização e comunicação, incluindo para a redução do desperdício alimentar.
O projeto recolhaBio tem como meta separar cerca de 1 119 toneladas de Biorresíduos por ano, correspondente a cerca de 12% face ao potencial de produção total de Biorresíduos do Concelho.
A implementação deste projeto inclui ações de sensibilização, comunicação e capacitação junto da população em geral e, de forma mais direcionada, para o público alvo dos projetos piloto, perspetivando-se que arranquem ainda durante o mês de junho. Envolverá o contacto presencial com os aderentes ao projeto e a distribuição gratuita de contentores de 120 litros para os grandes produtores e de 7 litros para o utilizador doméstico. No primeiro caso, os contentores de 120 litros serão recolhidos pelos SMCB e no caso dos contentores de 7 litros destinam-se a ser utilizados para colocação dos Biorresíduos nos compostores comunitários que estarão disponíveis nas freguesias.
O composto, resultante da compostagem, apresenta-se como sendo um produto final com características muito interessantes do ponto de vista de aplicação na agricultura podendo representar uma mais valia para a agricultura familiar, possibilitando a economia circular e, assim, devolver à terra o que é da terra.
A recolha a pedido de resíduos verdes e a compostagem doméstica no âmbito do Projeto Fusilli serão também dois projetos piloto que integrarão a primeira fase da estratégia de gestão dos Biorresíduos.
Ao nível da produção residencial, estão a ser delineados e preparados outros projetos piloto de recolha seletiva de Biorresíduos, em zonas de moradias e de prédios.
A recolha seletiva de Biorresíduos é mais um fluxo de resíduos recicláveis que terá de ser desviado do aterro sanitário, o que só se consegue com a participação e empenho de todos os munícipes e utilizadores do sistema, através da adesão a estes projetos. A participação e o civismo de todos para separar, não só ao nível dos Biorresíduos, mas também dos outros resíduos recicláveis, como sejam o papel, cartão, plástico, vidro e monos, permitirão aumentar a taxa de reciclagem no Concelho, que em 2022 foi de 15%, ainda abaixo das metas a alcançar pelo País.