Retirada de helicóptero de combate a incêndios no Aeródromo de Castelo Branco questionado por José Luís Carneiro

José Luís Carneiro vai questionar o Governo a propósito da decisão da retirada do helicóptero de combate a incêndios do Aeródromo Municipal de Castelo Branco, durante o período de 1 de novembro a 14 de maio, que implica que a infraestrutura deixe de ser Centro de Meios Aéreos Permanente, passando a ser Sazonal.
O antigo Ministro da Administração Interna vai pedir que seja revertida essa “má decisão, prejudicial ao país”, que “quebra uma relação de confiança e no trabalho feito no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil”, considerando que é fundamental haver “um pré-posicionamento de meios em territórios do Centro Interior e na zona fronteiriça com Espanha, decisivo para a segurança territorial e estratégico para o futuro desta região”.
Esta posição foi assumida durante a apresentação do seu livro ‘Segurança Interna Em Tempos de Incerteza’, no dia 1 de fevereiro, na Biblioteca Municipal António Salvado, em Castelo Branco, que contou com as intervenções de Ana Abrunhosa, Patrícia Gaspar e Valter Lemos e com a moderação de Afonso Camões.
Leopoldo Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, fez o discurso de abertura, onde frisou, precisamente, a preocupação do Município em relação à perda do meio aéreo no Aeródromo Municipal.
O Autarca falou também da descida dos números da criminalidade registados no concelho, enaltecendo o trabalho feito pelas forças de segurança e relembrando que, em breve, serão instaladas câmaras de videovigilância na cidade, pois “temos segurança, mas convém reforçá-la e consolidá-la”.
O livro ‘Segurança Interna Em Tempos de Incerteza’ oferece uma análise aprofundada e atual sobre os desafios e as reflexões relacionados com a segurança interna num mundo em constante mudança, tendo sido elogiado por todos os intervenientes.
Ana Abrunhosa, ex-Ministra da Coesão Territorial, referiu que “a segurança interna não tem só a ver com as forças de segurança; tem a ver com a saúde, a educação, a comunidade”. E considera que se deve dar mais valor aos dados e às estatísticas divulgados e “não pôr em causa a força e a credibilidade das instituições”.
Falou da associação que se faz entre emigração e segurança, vincando que “o nosso papel é receber e integrar” e “aqueles que entram no nosso país têm direitos e têm obrigações que decorrem da lei, nem mais nem menos”.
Patrícia Gaspar disse que atravessamos uma época repleta de desafios: os “os extremismos e os populismos ganham cada vez mais adesão e protagonismo”; há um “clima de desinformação”, um “cenário de profundas alterações climáticas”; temos “a guerra às portas da Europa”; e existem ameaças da inteligência artificial, cujo “potencial tem que ser muito bem usado”.
Para a antiga Secretária de Estado da Administração Interna, esta “é uma realidade que temos que saber gerir da melhor forma possível” e “todos estes temas estão bem refletidos no livro ‘Segurança Interna Em Tempos de Incerteza’”.
Valter Lemos também teceu elogios ao livro, recomendando a sua leitura, não por “mera formalidade”, mas por considerá-lo “muito útil e com conteúdo importante e significativo”.
Na opinião do ex-Secretário de Estado da Educação, nos dias de hoje, “é bom ter políticos que se expressam de uma forma clara” e que se “baseiam no conhecimento e não na crença”.
“Em tempos de incerteza, a segurança assume maior relevância”, devendo “ser vista como um pilar do Estado Social, ao lado da Justiça, da Educação, da Saúde e da Segurança Social”.

Fonte/Foto: CM Castelo Branco