Seis detidos e cinco vítimas de TSH resgatadas na operação “Mãos duras”

A Diretoria do Centro da Polícia Judiciária e a Guardia Civil de Logronho – La Rioja realizaram, ontem, dia 11 de junho, uma operação conjunta, no cumprimento de mandados de busca e detenção europeus, emitidos pelo DIAP de Castelo Branco, em articulação com a EUROJUST, que culminaram na detenção de seis suspeitos do crime de tráfico de pessoas para fins de exploração laboral e no resgate de cinco vítimas, quatro homens e uma mulher, divulga, em comunicado, a Polícia Judiciária.

A operação “Mãos Duras”, realizada na zona de Logronho, em Espanha, visou um grupo de cariz familiar que, de forma concertada, vinha recrutando em Portugal, desde há vários anos, pessoas fragilizadas, com carências económicas e em processos de exclusão social.

Ludibriava-as com promessas de emprego bem remunerado, para posterior exploração em trabalhos agrícolas em várias zonas de Espanha.

Os suspeitos intermediavam, junto de vários empregadores, o fornecimento deste tipo de mão de obra, mantendo as vítimas controladas, a viver em deploráveis condições de habitabilidade e alimentação, sob constante ameaça e coação, ficando na posse da quase totalidade dos proventos auferidos, através da apropriação do dinheiro que os empresários lhe entregavam para pagamento dos salários.

No decurso das diligências desenvolvidas em território espanhol, sempre acompanhadas pela PJ, foram ainda recolhidos elementos de prova adicionais, nomeadamente uma pistola de calibre 9 mm, e resgatadas as cinco vítimas, com idades compreendidas entre os 25 e os 58 anos.

Duas das vítimas foram sequestradas em Portugal, em finais do passado mês de abril, e obrigadas, mediante ameaça e coação com arma de fogo, a viajar até ao local onde hoje foram resgatadas.

Os detidos, com idades compreendidas entre os 22 e os 54 anos, irão ser presentes à audiência nacional em Madrid, para extradição para território nacional.

Ressalva-se que o Tráfico de Seres Humanos é um crime organizado e é uma das grandes prioridades da EUROPOL.

Foto: Ministério da Justiça