A comitiva albicastrense será constituída por 12 jogadores, sendo que seis elementos pertencem à Universidade Sénior Albicastrense e outros seis são da Universidade Sénior do Fundão.
Os eleitos realizaram na passada quarta-feira, dia 21 de junho, os necessários exames médicos para participar na Festa do Walking Football, tendo igualmente consulta médica com o Dr. Pedro Caetano.
Para o responsável de saúde, a modalidade traz muitas vantagens para a população mais idosa e previne o aparecimento de outro tipo de doenças.
“O Walking Football é uma excelente forma de atividade física por ser um desporto que usa a intensidade necessária, num contexto de baixo risco de lesões músculo-esqueléticas, para ter efeitos positivos na saúde e no bem-estar”, começou por explicar, prosseguindo.
“Existem estudos, com qualidade científica aceitável, que mostraram que pode ser efetivo no tratamento de alterações ligeiras a moderadas da hipertensão e, como tal, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares, como EAM ou AVD, baixar os níveis de colesterol, como de glicémia - diminuindo o risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2, melhorar a densidade óssea - essenciais na prevenção de osteopenia/osteoporose - e da obesidade, com diminuição da massa gorda”, acrescentou.
Para Pedro Caetano, este desporto é mais eficaz para, por exemplo, combater a obesidade do que as caminhadas. Basta praticar duas horas por semana, durante 10-12 semanas.
“Em relação à obesidade, muitas vezes os doentes elegem as caminhadas. Mas é importante ser claro que, se não for tido em conta a intensidade e o tempo correcto, a caminhada não vai ter impacto a nível da redução da massa gorda e, muitas vezes, os doentes acabam por desistir totalmente. Sabemos que a intensidade atingida no Walking Football é superior, atingindo os praticantes maiores batimentos cardíacos e tendo uma sensação de esforço superior”, esclareceu, passando de seguida a enumerar algumas das vantagens clínicas da prática.
“Existem várias vantagens a nível de saúde mental, ajudando a inclusão destes indivíduos em atividades sociais, redução dos níveis de ansiedade e stress, ajudando a combater o isolamento e a depressão. Podemos identificar uma melhoria a nível da força muscular, equilíbrio postural, coordenação, flexibilidade propriocepção e uma redução do número de quedas e subsequente de fraturas, que são uma causa importantíssima de morbilidade nestas faixas etárias e que acarretam um peso enorme nos gastos de saúde”, afirmou.
A prescrição e a realização de exames médico-desportivo, segundo o médico, são muito importantes, mas devem ser individualizados e “rigoroso multidisciplinar e holístico”. É necessário conhecer o contexto, o histórico médico, medicações e construir um perfil de risco para cada participante, prevenindo lesões ou complicações.
“Uma das vantagens do Walking Football é ser um desporto de baixo ou nenhum contacto, com uma intensidade controlada, e com baixo risco de lesão musculo-esquelética (…) Nunca é tarde para começar, pois os ganhos são evidentes e a nossa sociedade agradece”, concluiu.
O Walking Football trata-se de uma modalidade adaptada de futebol, a andar, pensada para pessoas a partir dos 50 anos e que tem o objetivo de incentivar a prática desportiva. Pretende, igualmente, promover a integração e o convívio de grupo em prol de uma vida mais ativa são outras metas que permitem, igualmente, combater o isolamento, o sedentarismo, a depressão e melhorar os índices de saúde.